já tinha corrido metade do outono e ainda fazia aquele calor abafado que secava as pessoas por dentro. as noites já caiam cedo e eu já estava na segunda cerveja quando ele chegou, sorriu e se sentou do outro lado da mesa. na primeira meia hora eu não era capaz de raciocinar e apenas respondia ao que ele me perguntava. foi então que eu percebi que ali, naquela mesa, naquela noite quente no meio do outono você não existia. não havia mais todo o tempo longe fugindo, evitando. não havia mais o medo, não havia mais você.
e foi então que eu me rendi e levantei os olhos. e havia um garoto sentado diante de mim que sorria e que entendia o que eu tinha a dizer e que sorria de novo e eu entendia o que ele tinha a dizer. e então eu respirei fundo todo o resto desapareceu.
junto com você.